Chegada esta altura é mais que certo que me acontece isto…
Lembro-me hoje com alguma nostalgia dos tempos de escola secundária. Era por estes dias que tudo se decidia e, embora comigo nada de extraordinário pudesse acontecer, as Provas Globais ou os Exames eram testes em que convinha manter a nota por causa da média.
Oiço as notícias e parece-me que ainda sinto o cheiro da escola nesses dias, a ansiedade, os nervos, as leituras de última hora, as “cábulas de estudo”. O toque da campainha que nesses dias era desfasado dos horários das provas… o Miguel que, na biblioteca ia gritando à moda do cuco “ faltam 30 minutos, hora de afinar as cábulas” o Dino que insistia em levar dicionário para a prova de Métodos Quantitativos e Máquina de Calcular para a prova de Português!
Por estes dias invade-me sempre uma estranha sensação de desconforto, de desorientação, de ansiedade… como se estivesse a viver esse tempo. Não só das provas mas de tudo o resto.
A seguir começavam os treinos de futsal para o Torneio da Câmara. Nunca fui grande espingarda no futebol 11, mas no futsal escapava. Aí dava o meu contributo e tanto que joguei para o amigo Dinis marcar um golo. Ele acabou por não marcar golo e eu, apesar de estarmos a ganhar o jogo e já ter marcado dois, vivi aquilo como uma derrota e ainda tentei dar “ um abrunho” num defesa que lhe fez falta quando ele estava isolado.
Era o início das férias, as separações dos colegas, as juras de amizade eterna, os namoros que ficavam em banho-maria. Era a praia de S. Martinho do Porto, a Piscina do Sta. Eulália, o acampamento do grupo de jovens em Monfortinho e a festa de Setembro em Dois Portos. Chica que é muita emoção!
E toda essa emoção, ainda a vivo. Vivo-a agora, vivo-a hoje, e ainda oiço o toque da campainha, o Miguel e o Dino, ainda oiço o Mister a ralhar e o suor a escorrer-me cara abaixo.